
O secretário de Estado dos Transportes para a Aviação, Serviços Marítimos e Portuários, Rui Carreira, que apresentou o projecto, em representação do ministro dos Transportes, Ricardo d’Abreu, referiu que o plano de construção do porto de águas profundas vai ter um alcance imensurável nos domínios sociais e económicos da região, segundo avançou o J.A Online.
“Este projecto não é apenas mais uma obra de infra-estruturas, mas sim um verdadeiro ícone de progresso, que vai trazer um impacto significativo na vida dos angolanos”, disse.
A linha de costa marítima da província do Cuanza-Sul é de mil e 700 quilómetros, que é servida por seis portos. Para o secretário de Estado, o futuro porto do município do Amboim vai situar-se entre dois portos de grande dimensão, o de Luanda e o do Lobito.
O responsável enfatizou que o Plano de Desenvolvimento Nacional (PND) para o período 2023/2027 estabelece metas ambiciosas, como o aumento da contribuição do sector Marítimo e Portuário para o Produto Interno Bruto (PIB), que deve passar de 17,4 biliões de kwanzas, em 2022, para 48,4 biliões de kwanzas, em 2050. Sublinhou que o porto de águas profundas do Amboim vai ser um pilar vital para o aumento do PIB, assim como reforçar as capacidades logísticas do país.
Nos últimos anos, o Governo tem trabalhado na implementação de diversas iniciativas que visam modernizar e expandir os sectores Marítimo e Portuário, visando obter os resultados que satisfaçam o desenvolvimento do sector dos Transportes.
“O programa de expansão e modernização do sector dos Transportes e Logística é uma das principais ferramentas que estamos a utilizar para criarmos um ambiente de negócios favorável”, indicou.
Movimentação de carga
Em relação ao movimento de cargas, Rui Carreira antecipou que o programa preconiza o aumento da capacidade de movimentação de carga, que preconiza um fluxo de 20,9 milhões de toneladas em 2027 e 48,4 milhões de toneladas até 2050, o que vai ser respaldado pela construção do porto de águas profundas do Amboim, com vista a tornar a infra-estrutura num hub de transporte no Atlântico Sul.
Para a concretização do objectivo traçado pelo Executivo, Rui Carreira considerou que o projecto deve estar assente em quatro pilares, como a transparência, participação, sustentabilidade e harmonia social.
Projecto portuário
O director de Infra-estruturas e Obras, Ximuto Cunha, disse que o desenho do projecto durou dois anos e realçou as valências que vão advir após a conclusão do empreendimento, que vai ser implantado numa área de 625 hectares.
Segundo Ximuto Cunha, a sessão de apresentação e auscultação pública representa um passo importante para o início das obras ainda este ano.
Adiantou que a execução das obras vão decorrer em duas fases e o término está previsto para 2030.
Sem avançar os valores da obra, disse que o projecto vai ser executado através de uma Parceria Público-Privada (PPP). O futuro porto de águas profundas do Amboim vai contemplar serviços da marinha mercante, espaço para carga e descarga, contentorização e um terminal para cruzeiros, o que vai alavancar o turismo comercial, com disposição de uma doca para a promoção do desporto náutico na região.
O projecto contempla ainda a construção de um edifício para albergar os serviços de Capitania, Migração e Estrangeiros, Polícia de Guarda-Fronteiras e Corpo de Bombeiros, visando optimizar a prestação de serviços de forma transversal.
O presidente do Conselho de Administração do Porto do Amboim, Nelson da Piedade dos Santos, enumerou vários benefícios com a construção da infra-estrutura portuária na região, destacando a geração de empregos para a juventude local e não só. Para o responsável, o renascimento de projectos complementares e a potencialização dos recursos disponíveis são importantes para a província, país e a região Austral, bem como do continente africano.