Projecto literário itinerante incentiva a leitura pelo país

Um projecto literário itinerante, que visa incentivar a leitura, valorizar os autores nacionais e dinamizar a literatura em todas as províncias do país, arrancou ábado na província de Benguela.

O projecto conta com a parceria da empresa Macom e o apoio da Edições Castelo, cujo compromisso é a promoção dos autores e literatura nacionais, segundo avançou o portal J.A Online.

A participação do escritor Manuel Vaz no projecto literário visa promover a literatura a nível local e nacional. “Aderimos com entusiasmo e vamos caminhar juntos por todo o país, levando os livros e as nossas histórias aos leitores”, explicou.

O projecto prevê sessões de vendas e assinatura de autógrafos em todos os pontos da transportadora Macom onde a Edições Castelo tem representação. Segundo o autor, trata-se de uma iniciativa contínua, aberta a outros escritores interessados em aderir.

Com mais de 12 anos de carreira, o escritor consolida-se como uma das vozes mais produtivas da nova geração literária local. Manuel Vaz construiu uma produção literária que ultrapassa o campo académico para dialogar directamente com a realidade angolana.

Autor de livros como Vocabulário Jurídico (1.ª e 2.ª edições), 113 Respostas para o agente da polícia e o Impacto da actividade policial nas comunidades, com objectivo de mostrar um profundo compromisso com a formação, a cidadania e a consciência crítica.

Apesar da maior visibilidade estar ligada ao meio jurídico, principalmente com a 2.ª edição do Vocabulário Jurídico, que reúne mais de 2.500 termos distribuídos em 256 páginas, o escritor afirmou que não se limita à escrita técnica.

O escritor explora, também, temas sociais sensíveis, como a actuação das forças de segurança e a convivência entre a autoridade e a sociedade civil.

No outro extremo da obra, Manuel Vaz revela uma faceta poética, espiritual e cultural. A primeira obra, fonte de vida Expressões Divinas, foi escrita ainda na juventude e reflecte sobre a dimensão sagrada da existência humana.

A poesia marca presença em Angolanidade e Expressão Poética, uma homenagem à identidade nacional, e em Lágrimas Secas, mas não enxugadas, em que dá voz às dores silenciadas do quotidiano. Hoje, temos este legado de nove obras publicadas e outras tantas a serem lançadas, destacou o autor, que vê a palavra escrita como instrumento de impacto social.

A literatura, afirmou, é uma ponte entre o cidadão e o conhecimento, em que o escritor tem a responsabilidade de formar e informar.

A segunda obra, “Memórias de um recruta”, publicada em 2014, é marcada por vivências da vida militar e reforça o tom testemunhal e educativo que atravessa grande parte da sua produção. Mais do que comercializar livros cujos preços variam entre 12 mil e 20 mil kwanzas, o projecto pretende criar espaços de diálogo com o público, incentivar o gosto pela leitura e fortalecer a cadeia do livro em Angola.

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