Indicadores globais sugerem que a OPEP não é mais capaz de administrar eficazmente seus seis milhões de barris de estoques excedentes de petróleo. Nos últimos meses, a organização adiou sua decisão de aumentar a produção em mais de cinco vezes, permitindo inclusive que alguns de seus membros aumentassem a produção. No entanto, esse aumento ainda não se concretizou e é improvável que aconteça até abril. Com a demanda por petróleo não promissora e com previsão de piora, a situação é agravada pela pressão do atual governo americano por mais tarifas e aumentos de impostos para lidar com seus déficits orçamentários, segundo avançou o portal zawya.
Ao nível atual de preço de US$ 73 por barril, a OPEP encontra-se numa posição relativamente confortável. Embora esteja abaixo do limite de US$ 80 necessário para equilibrar os seus orçamentos com uma ligeira escassez, ainda representa uma melhoria em relação ao nível de US$ 70. No entanto, como a procura por petróleo permanece estagnada e o aumento dos impostos pode levar à inflação, espera-se que o consumo de petróleo diminua. Isto faz com que a próxima reunião da OPEP pareça desnecessária, com fortes indicações de que não são esperadas grandes melhorias num futuro próximo. Nos próximos meses, um entendimento mais próximo entre os EUA e a Rússia poderá levar à entrada de mais petróleo russo no mercado, possivelmente à custa do petróleo iraniano. É provável que a administração americana continue a exercer pressão para minimizar as exportações de petróleo iraniano.
A perspectiva geral para os mercados de petróleo permanece praticamente inalterada, com um excedente adicional de petróleo globalmente, dificultando a liberação dos seis milhões de barris de produção diária ociosa pela OPEP+. Com um aumento esperado de cerca de 1,5 milhão de barris por dia dos EUA, Canadá, Brasil e Guiana no próximo ano, as chances da OPEP+ conseguir aumentar sua produção são altamente incertas. Isso também reduz a probabilidade de melhora dos preços do petróleo. A OPEP+ está agora em uma situação difícil, pois luta para influenciar os preços do petróleo, enquanto o petróleo não pertencente à OPEP continua a fluir para o mercado, embora em volumes menores, suprimindo ainda mais os preços. Isso deixa a OPEP+ com seus seis milhões de barris de capacidade de produção não utilizada e pouco retorno sobre seus investimentos, incapaz de impactar o mercado por enquanto. Parece que a OPEP+ não está mais em posição de controlar os mercados de petróleo ou, mais importante, o nível de preços. Com mais petróleo entrando no mercado, o excedente continua a crescer, o que certamente não é uma notícia positiva para a organização. Como resultado, o preço atual de US$ 73 por barril provavelmente permanecerá por algum tempo, já que o fornecimento de petróleo de fora da OPEP impede a OPEP+ de explorar seu excedente. Esses barris permanecerão armazenados até novo aviso.