
O seminário, que conta, também, com a parceria da Comissão Económica das Nações Unidas para a África (UNECA) e com o apoio da Deutsche Gesellschaft für Internationale Zusammenarbeit (GIZ) e da União Europeia (UE), acontece no quadro do Programa Emblemático da União Africana para o Desenvolvimento de Infra-estruturas em África (PIDA), segundo avançou o portal JA Online.
O documento divulgado pela União Africana reconhece que, apesar do progresso significativo no desenvolvimento de infra-estruturas, África continua a enfrentar um défice considerável de financiamento para os projectos de infra-estruturas críticas.
Nisto, estimativas do Banco Africano de Desenvolvimento indicam que o continente precisa de aproximadamente 130 a 170 biliões de dólares anualmente para as infra-estruturas.
Já o financiamento climático, reforça o documento, continua a ser gravemente subfinanciado com uma pequena parcela dos três triliões necessários até 2030.
O seminário busca responder a esses desafios, aumentando a capacidade de financiamento de projectos regionais, alinhando o planeamento de infra-estruturas com as metas climáticas, envolvendo parceiros de desenvolvimento e o sector privado, para dar suporte à implementação por meio de soluções de financiamento inovadoras e combinadas.
O programa, de quatro dias, está dividido em duas mesas- redondas temáticas. A primeira, que iniciou ontem, está reservada ao sector dos Transportes e encerra hoje. As áreas de foco desta temática incluem corredores verdes, conectividade ferroviária e infra-estruturas de aviação. Os projectos em destaque incluem o Corredor VICMED, a Ferrovia do Corredor Central e a Linha de Transporte Mombasa–Nairobi–Kampala.
Órgão analisa acções da Força Tarefa Conjunta Multinacional
O Conselho de Paz e Segurança (CPS) da União Africana (UA), de que Angola é parte, reúne-se hoje para a actualização das actividades da Força-Tarefa Conjunta Multinacional (MNJTF) e análise da implementação da Estratégia Regional para Estabilização, Recuperação e Resiliência (RS-SRR) na Bacia do Lago Tchad.
A sessão segue-se a uma outra do CPS, realizada em Janeiro, convocada para analisar o relatório do presidente da Comissão da União Africana (CUA) sobre as actividades da MNJTF contra o Boko Haram, na qual o Conselho renovou o mandato do órgão por mais 12 meses e solicitou à Comissão da UA e ao secretariado da Comissão da Bacia do Lago Tchad (LCBC, sigla em inglês) que apresentassem informes regulares ao CPS sobre as acções da Força-Tarefa.
A sessão enfatizou o reforço do envolvimento diplomático, em particular com o Níger, para fortalecer os esforços regionais de combate ao terrorismo, informou a Amani Africa Media and Research, um grupo independente de reflexão sobre o funcionamento do CPS.
Também chamou a atenção para a necessidade de fortalecer a coordenação e a participação efectiva dos países contribuintes da MNJTF e, nesse sentido, encarregou a Comissão da Bacia do Lago Tchad de continuar a interagir com o Níger para garantir o seu pleno retorno e cooperação com a Força-Tarefa, além de promover uma abordagem abrangente, multissectorial e inclusiva, bem como a cooperação civil e militar a fim de criar condições para o regresso dos deslocados.
De acordo com a Amani Africa Media and Research, espera-se que a sessão de hoje se baseie nessas prioridades, com realce para os desenvolvimentos operacionais, a dinâmica de segurança vigente e no status da implementação da RS-SRR, especialmente na revisão e actualização da estratégia.
Vão discursar na sessão Innocent Shiyo, representante permanente da Tanzânia junto da UA e presidente do CPS para Junho, Bankole Adeoye, comissário da UA para os Assuntos Políticos, Paz e Segurança (PAPS) e haverá declarações de Hycinth Banseka, director técnico da Comissão da Bacia do Lago Tchad, em nome do secretário executivo, e de Godwin Michael Mutkut, comandante da MNJTF. Angola preside desde Fevereiro à União Africana, mandato que termina em Fevereiro de 2026.
Para saber ou recordar
A Nova Parceria para o Desenvolvimento de África (NEPAD), adoptada no ano de 2001, em Lusaka, Zâmbia, tem como objectivo aumentar os investimentos no continente e promover o seu desenvolvimento em todos os aspectos.O órgão técnico da União Africana tem a responsabilidade de implementar a estratégia de desenvolvimento da Agenda 2063 da UA, presidida por Angola.
O Programa tem como objectivo principal transformar o continente, concentrando-se em criar projectos de alto impacto com reflexo no desenvolvimento estratégico continental, a começar em prioridades a nível nacional. Sedeado em Joanesburgo, África do Sul, este organismo tem, ainda, como missão facilitar e coordenar a implementação de programas e projectos de desenvolvimento prioritários regionais e continentais, para além de impulsionar parcerias, mobilizar recursos e pesquisar a gestão de conhecimento.Os programas da agência estão concentrados nas áreas de Desenvolvimento do Capital Humano (habilidades, juventude, emprego e empoderamento feminino), Industrialização, Ciência, Tecnologia e Inovação, Integração Regional, Infra-estruturas (energia, água, Tecnologias de Informação e Comunicação e Transportes), Comércio, Governança de Recursos Naturais e Segurança Alimentar.
Nardos Bekele-Thomas é a directora executiva da AUDA-NEPAD (Agência de Desenvolvimento da União Africana – Nova Parceria para o Desenvolvimento de África), que é o principal órgão técnico da União Africana responsável pela coordenação e execução de projectos de desenvolvimento em África. A AUDA-NEPAD trabalha em estreita colaboração com a Comissão da União Africana (CUA), comunidades económicas regionais e ONU.